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PIB da Indústria: Entenda a relevância, desafios e futuro no Brasil

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O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria representa o valor de todos os bens e serviços produzidos pelo setor industrial em um país durante um determinado período. Ele é um dos componentes do PIB total, que também engloba a agropecuária, os serviços e outros. No caso da indústria, o cálculo envolve tanto a produção de bens como o fornecimento de serviços industriais, como energia elétrica e gás.


A indústria é tradicionalmente dividida em subsetores: a indústria de transformação (responsável por transformar matérias-primas em produtos acabados), a indústria extrativa (como mineração e petróleo), a construção civil e os serviços industriais de utilidade pública (como água, eletricidade e gás). Cada um desses subsetores contribui de forma distinta para o desempenho econômico nacional e tem dinâmicas específicas em relação à produtividade, investimento e demanda.


Em 2024, a indústria respondeu por 24,7% do PIB brasileiro, que fechou o ano em R$ 11,7 trilhões. A indústria representa hoje R$ 2,5 trilhões do PIB brasileiro.


O PIB industrial tem um peso estratégico para o desenvolvimento do Brasil, pois está ligado à:


  • Geração de empregos qualificados;

  • Inovação tecnológica;

  • Exportações e ao crescimento da produtividade. 


A indústria também influencia diretamente outros setores, como o comércio e os serviços, além de ser uma importante fonte de arrecadação tributária. 

 

Evolução histórica do PIB industrial no Brasil

Historicamente, a indústria brasileira já representou mais de 30% do PIB total em 1985. Desde então, sua participação vem se reduzindo, em parte devido à expansão dos serviços e à perda de competitividade industrial.


Momentos de crescimento expressivo do PIB industrial coincidiram com ciclos de investimento e políticas industriais focadas, como ocorreu no início dos anos 2000, com a expansão do crédito, aumento das exportações e incentivos ao setor.


Por outro lado, períodos de retração ocorreram principalmente em momentos de crise fiscal, instabilidade cambial ou aumento de custos operacionais, como na crise de 2015–2016, quando o setor sofreu forte contração.


Nos últimos 10 anos, a indústria brasileira vem apresentando crescimento tímido, afetada por diversos fatores como a alta carga tributária, deficiência em infraestrutura e concorrência internacional acirrada. A recuperação pós-pandemia tem sido desigual entre os segmentos, com alguns, como o de bens duráveis, mostrando retomada, enquanto outros seguem estagnados. A participação da indústria no PIB total caiu para cerca de 20%, sinalizando uma necessidade urgente de modernização e ganho de produtividade.

 

Fatores que influenciam o PIB da indústria

Diversos fatores impactam diretamente o desempenho do PIB industrial. As taxas de juros, por exemplo, influenciam o custo de capital para investimento produtivo. Juros elevados inibem a ampliação da capacidade industrial, enquanto juros mais baixos estimulam o crédito e a produção. Além disso, a política monetária tem efeito direto sobre o consumo de bens duráveis e investimentos em infraestrutura.


O câmbio também é determinante: uma moeda brasileira desvalorizada favorece as exportações, mas encarece insumos importados, afetando setores dependentes de matérias-primas estrangeiras. Já a infraestrutura e a logística impactam a eficiência da produção e distribuição industrial. A falta de rodovias adequadas, portos modernos e energia confiável aumenta o “Custo Brasil” e reduz a competitividade do setor.


Por fim, a carga tributária e a complexidade do sistema de impostos pesam sobre a indústria. A multiplicidade de tributos, regimes distintos e dificuldade de aproveitamento de créditos fiscais tornam o ambiente de negócios mais incerto e oneroso. Essas distorções afetam diretamente a produtividade e a capacidade de expansão das empresas industriais no Brasil.

 

Impactos da Reforma Tributária no PIB da indústria

A Reforma Tributária aprovada propõe a substituição de tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois novos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Um dos principais ganhos para a indústria será o fim da cumulatividade, com o crédito financeiro amplo ao longo das cadeias produtivas. Isso tende a eliminar distorções que hoje oneram a produção, especialmente na indústria de transformação.


No entanto, a transição para o novo modelo envolve riscos. A adaptação aos novos sistemas, a convivência com regimes antigos durante o período de transição e a definição das alíquotas de equilíbrio podem gerar insegurança jurídica e aumento temporário da carga. A simplificação precisa vir acompanhada de clareza nas regras e outras garantias.


É importante destacar que os impactos da reforma variam por setor. Por isso, o planejamento tributário será essencial para que empresas se ajustem ao novo cenário.

 

O “tarifaço” dos EUA e a indústria brasileira

O tarifaço anunciado no início de julho de 2025 impôs uma alíquota de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto.


Os setores mais atingidos pelo tarifaço são estratégicos tanto para a economia quanto para o PIB industrial. Produtos como suco de laranja, carne bovina, madeira, café, açúcar e álcool etílico enfrentam barreiras significativas.


No curto prazo, há risco de estoques encalhados, suspensão de contratos e demissões em massa. No médio e longo prazo, a medida ameaça desorganizar cadeias produtivas complexas, reduzir o PIB industrial e pressionar a arrecadação fiscal. As perdas bilionárias previstas indicam que o tarifaço representa não apenas uma crise pontual, mas um desafio estrutural para a indústria brasileira em sua inserção global.

 

Custo Brasil: estrutura tributária, burocracia e competitividade

O chamado “Custo Brasil” refere-se a um conjunto de ineficiências que encarecem produzir e fazer negócios no país. Para a indústria, esses fatores representam um verdadeiro entrave à competitividade e à produtividade.


Comparações internacionais mostram que empresas brasileiras gastam muito mais tempo e recursos para cumprir obrigações fiscais e regulatórias do que em países da OCDE ou outros emergentes. Isso impacta diretamente os custos operacionais, o preço final dos produtos e a capacidade de competir nos mercados interno e externo.

 

PIB industrial no cenário pós-reforma (2026 a 2033)

As projeções para o PIB industrial no período pós-reforma, entre 2026 e 2033, são otimistas, especialmente se o novo modelo tributário for implementado com previsibilidade e segurança jurídica. Bernardo Appy estima que o ganho de produtividade da economia pode ser de 10 a 20% maior do que seria sem a reforma tributária.


A simplificação tributária e a eliminação da cumulatividade podem destravar investimentos represados, sobretudo em segmentos com grande encadeamento produtivo, como siderurgia, máquinas e equipamentos, alimentos processados e farmacêutico. Além disso, setores que hoje enfrentam elevada carga tributária podem ganhar espaço, reequilibrando a composição da indústria nacional.


Nem todos os segmentos serão beneficiados igualmente. Por isso, o sucesso da transição dependerá de medidas de mitigação para evitar perdas abruptas e garantir que a indústria como um todo se fortaleça no novo ambiente tributário.


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(fonte: Taxgroup)

 
 
 

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